terça-feira, 28 de julho de 2009

meu eflog

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Abiyan no Sentido Completo...

Existe uma grande confusão sobre o significado desta palavra, ou desta categoria nas casas do candomblé.
Muitos que não conhecem seu significado e o seu valor podem achar que ser mero freqüentador ou um simples clientes, mas dizer, simplesmente, pode parecer reduzir, ao ponto de que ninguém pode ter menor, ou maior valor por ser uma coisa ou outra.
Sabe-se que todo Iyawo, ou na sua maioria, foi abiyan, que teve que passar por esta etapa.
Assim como quem já é Ebomi, Pai ou Mãe de Santo, já foi abiyan, pois esta é, e deve ser uma importante etapa no discernimento pessoal e espiritual de uma pessoa que é escolhida pelo Orixá. Se todo mais velho hoje, ontem foi mais novo e não foi menos importante por isto, é justo dizer: toda categoria, todo ser humano tem seu valor, independente do estagio de vida que esteja no caminho da aprendizagem.
Segundo as minhas pesquisas A palavra Abiyan quer dizer: Abi= "aquele que" e An= seria uma contração de "Onã", que quer dizer "caminho". As duas palavras aglutinadas formaram o termo Abiyan, que quer dizer "aquele que começa", "um novo caminho". E é isto, o Abiyan é uma pessoa que está começando um novo caminho, uma nova vida espiritual.
Partindo deste pressuposto podemos ressaltar o valor e a beleza de ser Abiyan, e com tudo a graça de passar por este período inicial de aprendizagem, conhecendo o que é permitido ser conhecido, pois o candomblé é uma Religião de segredos e mistérios, muitos não podem ser revelados aos que não são iniciados, e ate muitos não são revelados, isto requer passos e crescimento, ou seja, as obrigações. Portanto, ninguém pode pular uma etapa, e se assim o fizer sempre existira uma lacuna, uma inexperiência, uma falta de um pedaço do caminho percorrido.
O Abiyan faz parte do candomblé e sua importância é fundamental para a existência do mesmo. Sem o Abiyan o candomblé não existiria, pois todos os caminhos percorridos são validos se vividos com amor e responsabilidade.
O Abiyan também pode ter fios de contas lavados, obrigação de bori e, até em alguns casos, ter orixá assentado.
Existem pessoas que passaram por um longo período sendo Abiyan, antes de se iniciarem no Candomblé. Portanto, vale ressaltar a importância deste período, ou seja, Abiyan, e dizer que o freqüentador em yorubá, chama-se Lemó-mú.

O respeito deve ser a base em qualquer estagio que de caminhada que estivermos muito Asé para todos! Pois é caminhando que se chega aonde se quer ir.

Everaldo Lowengstey Júnior

Bibliografia
http://paulodeoxala.sites.uol.com.br/html/ketu.htm

Babalorixá, Iyalorixá quem pode ser?

Fala-se muito sobre os nomes, cargos e palavras dentro de uma casa de Asé. Mas muitos não sabem o que estas palavras, cargos e nomes tem como significado, e muitas vezes misturam tudo como uma grande salada de frutas. Nos dias de hoje existe muita gente querendo ser pai e mãe do Santo sem saber ao certo o que isto significa, sem pensar na responsabilidade, e pior ainda, sem ter o “grau” necessário para tal, ou seja, sem ter completado suas obrigações principais e outros atributos de caráter pessoal.
Sabe-se que também existe uma porcentagem de gente que nem é adoxo, que anda fazendo muitas coisas erradas por ai, arrotando aos quatro ventos que é Pai, mãe de Santo sem saber o que isto quer dizer em sua amplitude.
Tenho aprendido observando os meus mais velhos, os que servem como exemplo de vida de Asé, e principalmente minha Iyalorixá, a pessoa principal na minha educação de Asé, que ensina com sua docilidade e pulso firme e exemplo diário como é ser um Babalorixá, uma Iyalorixá. E cada vez percebo que não basta ter suas obrigações completas e sim ter um certo tipo de “vocação”, que é intrínseca a pessoa, que já vem ao longo dos tempos sendo trazida, pelo Orixá e pelas experiências vividas quando abiã e Iyawo. Um Babalorixá, uma Yalorixa, não é somente aquele que esta na frente, mas sim, no meu ver é aquele que esta em todos os pontos com olhar para todo e todos; uma pessoa que deve aprender a lidar com todos aqueles que o Orixá traz para ser cuidado e saber qual a necessidade de cada um.
Mas isto a cada tempo é distorcido e cada vez, mas se vê gente fazendo besteira, jogando na lama a imagem do Asé do candomblé, que é muito rico e cheio de significados. Aprendo com minha Iya o maravilhoso mistério de ser Iyawo e como devo aproveitar cada momento desta etapa, como devo ir crescendo para o Orixá para que se algum dia eu for chamado para uma missão eu mirado neste exemplo de ser Mãe, como a grande Mãe Osun possa suportar e amar este grande e misterioso chamado.
Para ser Babalorixá, Iyalorixá pode parecer fácil para os que observam senhoras e senhores sentados nas cadeiras bonitas, mas o mistério que tem por traz destas pessoas, verdadeiramente, chamadas para este oficio divino é o que poucos têm. Fácil pode parecer Ser Um Babalorixá, uma Iyalorixá, difícil e ter o equilíbrio de liderar com firmeza responsabilidade e acima de tudo amor, fazendo nascer em um corpo aparentemente frágil a força divina do Orixá. Tenho aprendido também com minha pouca experiência de asé que só pode dar Asé quem recebeu Asé, só se pode dar força aquele que recebeu força, só se pode dar amor àquele que recebeu amor. Minha Iyalorixá nos ensina isso sem dizer nenhuma palavra, nos faz sentir felicidade em ser escolhido para o Orixá, nos faz desejar estar nos braços de Osun, doce e amorosa mãe, e guarnecidos pela força e espada de Ogun, forças atuantes no meu Ilé Asé. Muitos são os pais e mães que ensinam o grandioso mistério de simplesmente se lançar para o Orixá, mas são só os escolhidos para serem pais e mãe que podem nos fazer experiênciar este maravilhoso mistério. Abenção aos Pais e Mãe de Santo de nossa Bahia, os responsáveis em nos educar para melhor amar e servir os Nossos Deuses, os Orixás, força que vivifica, impulsiona e revigora, pois acima de tudo Orixá é amor.

Dedico este texto a todos os Pais e todas as Mães de Santo e principalmente a Minha avó de Santo Iya Ermira a qual eu não conheci em vida, mas que seu amor se perpetua em seus filhos e netos, pois foi o amor que minha Iya aprendeu a passar pelas graças de Oxalá, e por doçura desta grande Mãe. Dedico também a esta grande mulher Minha Iyalorixá dona Dulce, filha e mãe de Osun pela sua sabia maneira de ensinar sem palavras, mas com os gestos e princípios que precisamos aprender.

Ser Pai e Mãe, não é para todos não!

Everaldo Lowengstey Júnior

domingo, 26 de julho de 2009

História do Candomblé

História do CandombléO candomblé e uma religião que teve origem na cidade de Ifé, na África, e foi trazida para o Brasil pelos negros iorubas. Seus deuses são os Orixás, dos quais somente 16 são cultuados no nosso país: Essú, Ògun, Osossì, Osanyin, Obalúaye, Òsúmàré, Nàná Buruku, Sàngó, Oya, Oba, Ewa, Osun, Yemanjá, Logun Ede, Oságuian e Osàlufan.O pai ou a mãe de santo é a autoridade máxima dentro do candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, fazem com que as pessoas por eles escolhidas sejam naturalmente levadas à religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas. Uma pessoa não pode optar se quer ou não ser um Pai ou Mãe de Santo se não acontecer durante sua vida fatos que a levem a isto. São pessoas que de alguma forma são iluminadas pelos Orixás para que cumpram seu destino.Os Pais de Santo, normalmente, são donos de uma roça, ou seja, um lugar onde estão plantados todos os axés e no qual os Orixás são cultuados. Dentro da roça existe o barracão (assim denominado por causa dos negros que antigamente moravam em barracões), que é o lugar em que são feitos os grandes assentamentos (oferendas) para os deuses. Hierarquicamente, existe, ainda, na roça um pai pequeno ou mãe pequena, que é o braço direito do Pai de Santo e é normalmente um filho ou filha da casa. Depois vem as Ekedes, são mulheres também escolhidas pelos Orixás para cuidar deles e ajudá-los. Embora seja considerada autoridade dentro da roça, não podem ser Yalorixás, visto que sua função já foi determinada e não há como mudar. A seguir vem os Ogans, que tocam o atabaques e ajudam o Babalorixá nos fundamentos da casa; a Ya Bace, que toma conta da cozinha, isto é, de todas as comidas dos Santos; a Ya Efun, dona do efun (pemba), e que está encarregada de pintas os Yaôs (iniciantes que estão recolhidos para fazerem o Orixá); e finalmente os filhos de Santos, que são as pessoas que “rasparam o Santo”, ou melhor, rasparam a cabeça para um Santo a pedido deste. Às vezes o Santo, ou Orixá, incorpora em determinadas pessoas, mas não necessidade que haja esta “incorporação” para que uma pessoa raspe o Santo. Se a pessoa deve ou não raspar o Santo só pode ser sabido com certeza através do jogo de búzios do Pai ou Mãe de Santo que, diga-se de passagem, são os únicos que podem jogar búzios. O candomblé é uma religião com uma vasta cultura e rica em preceitos. São pouquíssimas as pessoas que realmente a conhecem a fundo.È necessária muita dedicação e anos de estudo para se chegar a um conhecimento profundo da religião. Seus preceitos são todos fundamentados e qualquer um pode se dedicar ao seu estudo e desfrutar seus benefícios. Existe muita energia positiva no candomblé, e o seu culto pode trazer muita paz e felicidade.

terça-feira, 21 de julho de 2009

" Osun, mãe da clareza
Graça clara
Mãe da Clareza
Enfeita filhos com bronze
Fabrica fortunas na água
Cria crianças no rio
Brinca com seus braceletes
Colhe e acolhe segredos
Cava e encova cobres na areia
Fêmia força que não se afronta
Fêmia de quem macho foge
Na água funda se assenta profunda
Na fundura da água que corre
Osun do seio cheio
Ora Ieiê, me proteja
És o que tenho -
Me receba."













Histórias sobre a Rainha Osun

Osun é concebida por Iemanjá e Orumilá
Um dia, Orumilá saiu de seu palácio
para dar um passeio acompanhado de todo os eu séquito.
Em certo ponto deparou com outro cortejo,
do qual a figura principal era uma mulher muito bonita.
Orumilá ficou impressionado com tanta beleza
e mandou Exu, seu mensageiro, averiguar quem era ela.
Exu apresentou-se ante a mulher com todads as reverências
e falou que seu senhor, Orumilá, gostaria de saber seu nome.
Ela disse que era Iemanjá, rainha das águas e esposa de Oxalá.
Exu voltou à presença de Orumilá
e relatou tudo o que soubera da intimidade da mulher.
Orumilá, então, mandou convidá-la ao seu palácio,
dizendo que desejava conhecê-la.
Iemanjá não atendeu de imediato ao convite,
mas um dia foi visitar Orumilá.
Ninguém sabe ao certo o que se passou no palácio,
mas o fato é que Iemanjá ficou grávida após a visita a Orumilá.
Iemanjá deu à luz uma linda menina.
Como Iemanjá já tivera muitos filhos com seu marido,
Orumilá enviou Exu para comprovar se a criança
era mesmo filha dele. Ele devia procurar sinais no corpo.
Se a menina apresentasse alguma marca,
mancha ou caroço na cabeça seria filha de Orumilá
e devia ser levada para viver com ele.
Assim foi atestado pelas marcas de nascença,
que a criança mais nova de Iemanjá era de Orumilá.
Foi criada pelo pai, que satisfazia todos os seus crapichos.
Por isso cresceu cheia de vontades e vaidades.
O nome dessa filha é Osun.

domingo, 19 de julho de 2009

CASA DE ASE

Casa de ase.
Do abiã á iaô, do Ebome ao vodunce; do barracão á cozinha, ou da cozinha ao barracão?
São coisas que confunde a cabeça do pião.
Dizer que é coisa de negro, preto, graças a Olorum hoje é preconceito, diz o direito de qualquer cidadão. Que se senti ofendido, magoado, ferido com esta e outras formas de descriminação.
Nos terreiros de agora, sejam keto, banto ou angola, existe, ou pode ainda existir resquícios de uma escravidão, ou se seguem à risca uma hierarquia, que se têm posição ou parentesco, isto que se traz no “bolso” ou “berço”. Que se possa um posto galgar, existe resquícios de um preconceito, seja velado, ou desvelado, que se possa indagar. Existe ou não resquícios da escravidão dos lados de cá, nos terreiros de keto, banto ou angola? Ou estas coisas ainda existem, e por muitos e muitos se deixarem calar, lembrando as chibatas, que são substituídas por olhares, cacoetes e falares que podem ao que se acha escravo ainda hoje machucar.
Do abiã, quando ainda é visitante que se suscita toda cobiça do terreiro vir a pertencer, de primeiro fica na sala, mas logo isto se acaba e os degraus tem que descer, se faz escrevo sem direito a resposta e o que passa a aprender esteja certo ou errado sua fala não pode prevalecer. Depois de ser feito iaô, que para o chão deve olhar, recebe do seu mais velho seja novo ou não a triste missão de se fazer calar. “Cala a boca iaô, não olhe para o seu senhor, se prostre no chão para me ouvir falar”, um falar que pode ser certo ou errado, mas da parte do grande nunca é pecado mesmo que este venha a errar. E o iaô reclama e muitas vezes tem casos e casas que o iaô apanha sem nada falar, e com os olhos pró chão, cabeça baixa e de esteira nas mão vai galgando seu patamar, que seja ele mais um degrau abaixo alcançar. Mas tem aquele que nunca nada foi que chega muito depois e os degraus já vai alcançar, talvez seja um político, sangue nobre, branco ou rico que logo na cadeira vai se assentar, enquanto o preto, pobre e aflito sem direito a um olhar procura seu lugar no circulo dos irmãos para de esteira na mão seu lugar “hierárquico” entre os iguais se posicionar.
Nos terreiros de agora, sejam keto, banto, ou angola ainda existe resquícios da escravidão? Sei que para muitos pode ser demagogia, mais sem fugir nem ferir a magia, se vê muito de escravidão, deveras não velada, mas guardada e mascarada, onde muitas vezes só se escuta um “não”. Mas o que não e mesmo raro é ouvir alto e bem claro que iaô para muitos e como se fosse um cão. Mas onde fica a luta a favor da igualdade, há muita gente que confunde de verdade os sentidos desta nova significação, de certo confundem submissão com hierarquia, talvez nem saibam o que significa estas palavras na sua amplidão, de certo confundem hierarquia com senhor de engenho e liberdade com escravidão... Pois o erro sempre e pautado na falta de saber formal, do discernimento, ou mesmo no formato de se fazer aprender, por mais que pareça difícil se compreender. Deve-ser aprender, por mais difícil que possa parecer o significado de algumas palavras, como hierarquia, liberdade, direitos e ate mesmo escravidão, para que fique bem claro que este tempo não deve voltar.
Para nunca existir uma confusão entre hierarquia e ditador, entre zelador e senhor, pois seja na cadeira ou sentado no chão temos a mesma missão e só a essa nós devemos nos prostrar a missão dada por Olorum e por nossos orixás, que em nosso ori sempre será o senhor, sim estes sim são os provedores e detentores de todo saber. No meu ver seja de abiã, iaô ou ebome que tenha sete, quatorze, ou vinte e um, e mesmo quem só tenha um o respeito deve reinar, esta deve ser a hierarquia isto sim e amar o orixá. A sabedoria sempre foi detentora de poder, mas no nosso caso ela pode ser o caminho ao fundo do poço se não utilizarmos o respeito, a humildade e o amor. Não confundamos respeito com submissão, liberdade com escravidão, posição com direito ou cala a boca com respeito. Pois isto em nosso mundo de muitas lutas vencidas não cabe mais não. A sabedoria deve ser partilhada passo a passo, pois isso não destrona ninguém. O que vale mesmo e a humildade com ela aprendem de verdade a valorizar o outro e a si. Vendo no seu mais velho o aconselhador, onde enxergamos uma expiração, não o senhor pronto a bater. Orixá deve ser união e não separação como muitos tentam dizer, orixá e amor este sim é nosso senhor quem vem nos valer, seja o abiã, a iaô o ebome ou o zelador, tenha sete quatorze ou vinte e um, ou que tenha um o orixá é quem vai nos valer, pois este sim é o detentor de tudo que existe e possa existir, o senhor de todo labor de todo saber.
Everaldo Lovengstey Júnior