segunda-feira, 6 de maio de 2013

Repudio

O que me admira é uma pessoa que talvez, não entenda nada da religião afro brasileira e se mete a falar e a tentar proibir uma coisa que não é de sua alçada. Concordo quanto os mal tratos dos animais, mas dizer que os seguidores, ou melhor dizendo os religiosos do candomblé devem acabar com suas tradições e fundamentos é querer voltar ao passado,onde eramos perseguidos, a policia invadia e desrespeitava e não tínhamos nem vez e muito menos voz. É querer acabar com nossa ancestralidade e querer calar a nossa voz e querer matar nossa essência... Porque não criam leis uteis, leis que proíbam a morte de pessoas que esperam nas portas dos hospitais a espera de uma vaga para não morrer, pq não criam uma lei para diminuir o salario de uma massa que se atem em coisas fúteis, gastando tempo e dinheiro para falar de algo que não conhecem, pq levantar uma bandeira é muito lindo quando a massa"branca", continua sendo o carrasco e nós os escravizados, os marginalizados os que "não tem direito a dizer que somos portadores de uma ancestralidade e que isso incomoda..." Fazer barulho para querer mudar o que é de essência, o que outrora não conseguiram matar, e este vereador Marcello Moraes e muitos outros querem acabar com a nossa liberdade de culto. Como disse concordo quando se fala em não maltratar os animais e digo se formos partir deste pressuposto, que os animais sacrificados nos terreiros são maltratados, devemos então parar de comer carne, frango, peixe, legumes e verduras, pois todos os seres contem vida... Deviam protestar era pela falta de zelo com o planeta, com a falta de respeito com o cidadão que ganha um salario de miséria e ainda tem que suportar este tipo de coisa. Por favor senhor vereador va procurar o que fazer, va ver a cidade que o senhor mora, veja quantos assaltos e mortes acontecem, quantas crianças estão pedindo esmola nos sinais e quantas pessoas morrem de fome. Nós do candomblé não apenas sacrificamos os animais por bel prazer ou por maldade tudo isso tem um porquê, inclusive matar a fome dos que vão a nossa procura pedindo auxilio e muitas vezes tb comida para o corpo e para a alma. Chega de rotular o candomblé de coisa do demônio ou coisa parecida,nós servimos a luz e procuramos a luz, mas sem perdermos nossa identidade, sem nos maquiarmos de multicores, sem esquecer o sofrimento e as mortes dos nossos antepassados que para preservar tudo isso usou da inteligencia e da capacidade de sobrevivência que nos é peculiar. Francamente senhor vereador voltar a perseguir quem esta queto é um crime é ate uma ingenuidade, pois não vamos ficar quetos, não temos mais medo do chicote e o tronco foi queimado, somos lese Orixá, somos as folhas, as águas, as pedras, os animais, somos o vento... e para que o senhor não esqueça minguem segura a natureza, aja vista a cobrança que ela esta fazendo com quem a agride. Somos do Candomblé somos da ancestralidade, temos axe, unidos imagine a força que temos! Gaste o nosso dinheiro com causas que merecem mais cuidado, pq nós somos uns dos únicos que preservamos a natureza, sabe porque? porque sem ela não existimos! Everaldo Silva Júnior

terça-feira, 26 de março de 2013

Manual do bom Filho de Santo



Manual do bom filho de santo –"o Yao  - Iao" . Conhecimentos do Candomblé, cultura, devoção, respeito ao orixá e a si próprio.

YAWO, VONDUNCI, FILHO DE ORIXÁPercebendo que com a modernidade dos tempos a religião espírita tede a adaptar-se a atualidade, encotrei um ótimo documento que é o “Manual do yawo (iaô, Yaô = Filho de santo). neles estão a conduta do filho de santo (OmoOrixá), no caso um yawo  que é nada mais, nada menos que um recém iniciado dentro do candomblé (culto aoorixá), ele pode variar muito de barracão para barracão (casa de santo), de nação para nação (ketu, jeje, angola, nago, efon), e da filosofia do babalorixá (o modo ao qual o pai de santo foi doutrinado em sua casa).

O manual do bom filho de santo não é só para os iniciados, pois a palavra Iaô (yawo) signfica esposa, um filho de santo é yawo até seus 7 anos de obrigação paga dentro doCandomblé (isso é ele tem que tomar a obrigação de sete anos para deixar de ser um Iaô e se tornar um Ebomi, dai ele poderá deixar de comprir várias obrigações de um yawo (novo de santo), pois deixou de ser uma criança na casa, e exercendo um grau acima, podendo até em alguns casos abrir seu próprio barracão (terreiro, Ilê axé, casa de santo, barracão), se tornando um babalorixá (pai de santo), se no caso ele tiver um cargo de santo (carma espiritual que implica em cuidar de outros filhos de santo). Então vamos ao que interessa, esse texto sobre a conduta do filho de santo dentro de uma casa é muito importante para o equilíbrio da própria, pois uma casa Orixá não tem prosperidade se não houver respeito e designação das hierarquias (1º Pai de santo, 2º ekeji, ogan, 3º Ebomi, 4º filhos de santo (yawo, abian), etc.).

Gostaria muito que os Omo orixá (filhos de santo) já iniciados dessem uma lida no conteúdo abaixo, pois será de grande proveito, e os que estão querendo se iniciar dentro da Religião tanto do Candomblé quanto da Umbanda leiam com atenção o que é uma vida de devoção e respeito ao seu Orixá, o Orixá do Pai de santo, seu Ori (sua cabeça) e os demais postos dentro do Ilê axé (casa de santo).
MANUAL DO YAO - DO BOM FILHO DE SANTO. (elegun”feito de Orixá), abian (sem obrigação, cabeça virgem) 
Tudo aquilo que nosso Orixá rejeita por qualquer motivo peculiar, que por vezes desconhecemos. Existem quizilas da própria Nação e as de Cada Orixá.
Seguindo este preceito, só dependerá de você ter uma vida melhor consigo mesmo e com os de mais que lhe rodeia
As principais são:
O Yawo ao chegar ao barracão, o procedimento correto é: 
a) Amarrar um pano no peito (mulheres); 
b) Ir direto para a cozinha beber um copo de água para esfriar o corpo da rua, sem fazer paradas, não falar com ninguém para bater - papo e colocar a fofoca em dia; 
c) Tomar seu banho e ir trocar de roupa; 
d) Bater cabeça no axé, na porta do quarto de santo e pro pai de santo; 
e) Tomar a benção a TODOS os seus irmãos, sendo mais velhos e mais novos, de acordo com a ordem iniciática. Agora sim, caso não haja nada em que se possa ajudar (muito embora seja impossível, pois em uma casa de santo sempre tem algo a ser feito), depois pode ir colocar seu tricô em dia.
O Yawo se dormir no Terreiro deve levantar antes do sol nascer ou junto com o
nascer do sol.
O Iaô ao levantar não deve falar com ninguém, deve antes lavar seu rosto e boca, isso é para apagar os vestígios ou traços espirituais que eventualmente
tivesse vindo rondá-lo durante a noite a fim de colher nos seus lábios o mingau das almas numa possível alimentação.
O Yaô não deve falar mal e nem dar ouvidos aos que ensaie uma conversa contra a casa de santo ou seus sacerdotes e sim enaltecer para agradar as forças
de sua fonte.
O Yawô não deve ocultar coisas que venha trazer prejuízo para a casa de Santo, deve expor o fato em tom normal sem demonstração de disse-me-disse.
O Yawo não de ouvir maldade e sim enaltecer sua casa.
O Yawo não deve fumar na frente de Seu Zelador, e dos mas velhos que visite sua casa.
O Yawo nunca fica de pé em frente ao Pai de Santo e sim agachado, com a cabeça baixa.
O Yawo nunca interrompe o Zelador quando estiver conversando com alguém.
Quando tiver visita no barracão (egbomis, ekedes, ogãs, zeladores), seja em dia de festa ou em dia corriqueiro, é de bom-tom que os filhos se abaixem próximo a ele para dirigir a palavra. Ai então disser AGÔ (Licença) e esperar ele dizer AGÔ YA. E de cabeça baixa, falar com ele em tom de voz baixa.
O Yawo não deve se portar de maneira desairosa no terreiro, por que do seu comportamento decorre a divulgação e o bom nome da casa.
O Yawo não deve falar mal da casa de santo (nem sua nem dos outros) e nem de seus componentes, isso provocaria a irá do ORIXA e trás a certeza de um pagamento futuro, a EXU a EGUN e as forças da natureza.
O Yawo não deve passar pelo seu pai de santo com a cabeça erguida, e sim um pouco curvado para frente.
O yawo só pode sentar em Apoti (Banquinho) mediante a autorização do seu Zelador. (Somente raspados podem sentar em apoti)
O Yawo não deve deixar dormir roupa em corda (pois Eguns a noite faz dela sua morada)
O Yawo não deve sentar em soleira de porta.
O Yawo não deve passar embaixo de corda que tenha roupa intima, roupa de baixo, mesmo que estas sejam suas.
Yawo não passa embaixo de escada.
O Yawo não deve pegar sou de Meio-dia, mesmo com cabeça coberta.
O Yawo não deve varrer a casa dos fundos para frente e sim da frente para os fundos.
O Yawo não deve verter (Urinar) ou defecar, em rios, lagos, dentro de de água, poço ou cachoeira (locais Sagrados).
O Yawo não deve defecar em mato, em cima de plantas votivas.
O yawo não deve cuspir em água de espécie alguma.
O Yawo deve esta com seu contra-egun toda vez que for ao barracão.
O Yawo deve sempre esta com O Ojá ( pano de cabeça) em sua cabeça.
O Yawo não deve entrar em cemitério, só em casos muito especiais, assim mesmo com a cabeça coberta. E somente com a permissão de seu Zelador.
O Yawo não deve entrar em Igreja, hospital, matadouro, etc, só em casos especiais, assim mesmo com a cabeça coberta. Somente com a permissão de seu Zelador.
O Yawo não deve ir a praia (Banho de Mar ± areia, calçada, beira de praia, beira de mar, casa de praia), sem ter suas obrigações em dia. E somente com a permissão de seu Zelador.
O Yawo não carrega embrulho na cabeça.
O Yawo não deve ser descortês, nem mesmo entre os irmãos do terreiro e com visitantes, e sim bastante paciente e educado.
O yawo não deve impor seus desejos, nem mesmo entre os irmão de barco, seus desejos ou vontades serão discutidos.
O yawo não deve faltar com educação e cortesia para com todos aqueles que nos batem a porta, seja ele conhecido ou não.
O Yawo não deve tornar publico as coisas que delas participarem em caráter de segredo na casa de santo.
O Yawo não deve menosprezar os outros e nem se colocar em falso pedestal de auto suficiente, e sim ser humilde.
O YAWO nunca, jamais, em tempo ou hipótese alguma, seja no seu barracão ou no barracão do alheio, deve-se sentar na mesma altura que o seu pai de santo.
Ele já passou por vários sacrifícios para estar sentado confortavelmente ali.
Você ainda está no meio do caminho. Portanto, pra que querer sentar aonde você não alcança? Mesmo que o dono da casa chame , cabe a voce recusar
Yawo e abian não bebem nenhum líquido em copo de vidro dentro de seu barracão ou no barracão do alheio. Deve-se esperar o bom e velho copinho de
plástico ou então a conhecida DILONGA, BAN ou CANEQUINHA DE ÁGHATA, como você preferir chamar. Copo de vidro só quem tem direito é egbomi, ekede,
ogan e zelador…

  
Terminou seu ajeum? Pegue seu pratinho e sua canequinha, Pegue seu pratinho  e sua canequinha, Não cai a mão e nem coça, sabia? Infelizmente ainda não 
possuímos uma empregada que possa cuidar da limpeza geral enquanto nós  descansamos. 
  
Como dissemos no item anterior, não temos uma empregada para limpar tudo. 
Portanto, cada um deve se conscientizar e fazer a sua parte. Ficar protelando,  esperando que algum irmão de santo se encha da bagunça e vá arrumar por você  não tem cabimento. Cada um fazendo um pouco fica mais fácil e rápido. 
  
  
Resolveu visitar o pai de santo? Que maravilha! Ele adorará sua visita, ainda  mais se você vier com uma modesta colaboração para o ajeum, pois como é do 
conhecimento de todos, o pai de santo não tem obrigação de alimentar todo  mundo. Madre Teresa de Calcutá já morreu, e definitivamente, ela não vira na 
cabeça do pai de santo. 
  
Você trabalhou feito a escrava Isaura e se cansou? Acabou de fazer todo o  serviço? Bem, agora você pode pegar o seu maravilhoso APOTÍ e 
confortavelmente sentar-se nele. Como dissemos no item 5, cadeiras, sendo com  ou sem braço, só ebomis, ekedes, ogãs ou zeladores que podem sentar. Existe  uma variável do APOTI, que é a famosa ESTEIRA. Nela você pode se sentar, se  espichar e até relaxar seus ossos.    
Em sua casa, quando você faz uma comemoração qualquer e é servida uma  refeição, você sai atacando o ajeum na frente de seus convidados? Acreditamos 
que não, né? Portanto, na casa de santo é igual. Antes os mais velhos devem se  servir, pra só depois os abians e yawos se servirem. Isso é mais que uma regra é  etiqueta. E você não vai querer ser um deselegante, não é? Lembre-se: Estão  sempre observando você... 
  
As emprestadas? Pois é, o pai de santo também não gosta. Portanto, que tal  comprar um belíssimo tecido de lençol e fazer uma baiana de ração básica pro 
dia-a-dia? Não sai caro e fica uma gracinha. E você finalmente pára de pegar a roupa do alheio emprestado. Não é maravilhoso? Todos na casa contentes e 
felizes com suas devidas roupas. 
  
Quem traz dinheiro para o sustento da casa? Você é que não é. Portanto, trate muitos bem os clientes que vão para jogar ou se consultar, pois é deles que vem boa parte do dinheiro dali. Sorrir sempre e servir um copinho de café ou de água gelada não matam ninguém. Que tal tentar? 
  
E vai rolar a festa! O povo do kétu, do jeje, da angola e até da umbanda já mandou avisar e convidar. Mas, e o dinheiro para comprar o ajeum e o otí do 
povo? Com certeza o Carrefour não irá mandar as coisas de graça para o barracão, nem o Mercadão de Madureira tão pouco irá dar os bichos e todo o 
material restante. Portanto, que tal se todos coçassem o bolso um pouco e ajudassem? 
  
Você acha que só por este local ser uma casa de santo, a Electro, a CEG e a Sabesp irão fornecer água, luz e gás de graça? É claro que não. Portanto, 
contribua sempre com a sua módica mensalidade. Economizar um pouco na Skol e no cigarro no final de semana já irá ajudar muito no barracão. 
  
O mundo está em guerra, existe muita gente por aí passando fome. Portanto, por que desperdiçar comida? Fazer a quantidade exata só para quem trabalhou dignamente e contribuiu com este maravilhoso ajeum é o coerente, pois você não está no programa da Ana Maria Braga para comer de graça. Por falar em Ana Maria Braga, lembre-se que você não é o Louro José para dar palpites no barracão. Se você tem alguma sugestão, leve-a antes ao pai de santo. Espalhar a corrupção sobre a Terra era coisa da novela Mexicana. 
  
Ficou cansado depois da festa? Nada de ir pegando sua bolsa e ir saindo de fininho. Lembre-se da limpeza do barracão. 
  
Roda de candomblé, seja em sua casa ou na casa do alheio, não é lugar de ficar de cochicho e risinhos irônicos e não tão pouco paquerando.. Se você quer 
fuxicar, vá para um botequim. 
  
Anágua encardida, só se for depois da festa do candomblé. Antes, NUNCA, JAMAIS, NEM PENSAR! Devem ser brancas como a neve, salve anágua de ráfia 
ou entretela. 
  
Você, irmãozinho, que vê o mundo cor de rosa-choque com bolinhas amarelas, deve deixar esta sua visão progressiva e moderna do lado de fora do barracão. 
Ali dentro você tem que ver tudo branco. O mesmo vale para as coleguinhas que vêem tudo azulzinho. Casa de orixá é para louvar e cuidar do Orixá, e não para arrumar casório. 
  
Vai rolar um churrasquinho de gato na casa do seu coleguinha no meio da semana, no mesmo dia de função do barracão? Então, peça para ele guardar 
uma garrinha de carne para você e venha cumprir suas obrigações junto a seus irmãos. 

Se sua irmã de santo tem uma baiana mais humilde do que a sua, nada de ficar xoxando. Lembre-se, o mundo dá voltas e o feitiço pode virar contra o feiticeiro. 
Amanhã pode ser você com uma baiana de chita e ela com uma belíssima saia de rechilieu. 
  
Caso assista fora do seu barracão a algo diferente do que ocorre em sua casa, nada de ficar xoxando e chamando de marmoteiro. Você não é o dono da 
verdade e nem ninguém o é. O que pode parecer maluquice pra você, pode não ser pro próximo. Não é errado, é diferente de sua casa. Além do mais, 
comentários sempre são feitos depois. Vai que tem alguém conhecido escutando? 

Ninguém tem mais ou menos santo que ninguém. Isso é regra. Sempre. 
Respeito é bom e conserva os dentes. Portanto, deve-se pensar duas vezes antes  de envolver o pai de santo e irmãos mais velhos em determinadas brincadeiras  de mau-gosto. Apelidos e avacalhações são da porta do barracão pra fora. Além  do mais, a próxima vítima pode ser você.  
   
Roupa de barracão é saia comprida, camisú e pano da costa. Shortinhos e topsdevem ser usados somente pra ir ao baile funk. 
  
Sempre que for servir algum mais velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir. Sempre que for servir algum mais 
velho de santo, deve-se levar o pedido numa bandeja ou prato e abaixar-se para servir. 
  
Benção foi feita para ser trocada. Sempre que você pede a benção, você está na realidade pedindo a bênção ao Orixá da pessoa, e não a ela própria. Portanto, 
todos devem trocar a benção, mais velhos com mais novos e vice-versa. 
  
  
Quando você estiver em uma roda de pessoas dentro da sua casa de santo ou de outro barracão qualquer, abaixe o seu ori e peça a benção até o periquito que 
estiver chegando, você não sabe quem é ele e ele pode ser bem mais velho que você, um tio de santo ou qualquer outro egbomi, é preferível você pedir a benção a alguém mais novo do que errar passando por cima dos mais velhos. 
  
Lembre -se que para nosso Zelador (a) seremos sempre YAO.(Como para nossa Mãe carnal, seremos sempre crianças

domingo, 17 de março de 2013

sábado, 9 de março de 2013

SER UM YAWÔ É...

Ser um Yawô é...
...aprender, ter Humildade,
ter fé, devoção, ser fiel a seu Ilê,
respeitar seu Babalorisá/ Yalorisá,
dar valor as pequenas coisas da vida
e acima de tudo Amar seu Orisà.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Esu serve ao bem ou ao mal?

Exu (orixá)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Escultura na Praça dos Orixás, em BrasíliaBrasil
Exu é um orixá africano, também conhecido como: Esu, Eshu, Bara, Ibarabo, Legbá, Elegbara, Eleggua, Akésan, Igèlù, Yangí, Ònan, Lállú, Tiriri, Ijèlú. Algumas cidades onde se cultua o Exu são: OndoIlesaIjebuAbeokutaEkiti,Lagos.












História

Exu é o orixá da comunicação. É o guardião das aldeias, cidades, casas e do axé, das coisas que são feitas e do comportamento humano. A palavra Èșù em yorubá significa “esfera” e, na verdade, Exu é o orixá do movimento.
Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir que sua função de mensageiro entre o Orun e o Aiye, o mundo material e o mundo espiritual, seja plenamente realizada.
Na África na época das colonizações, o Exu foi sincretizado erroneamente com o diabo cristão pelos colonizadores, devido ao seu estilo irreverente, brincalhão e a forma como é representado no culto africano, um falo humano ereto, simbolizando a fertilidade.
Por ser provocador, indecente, astucioso e sensual, é comumente confundido com a figura de Satanás, o que é um equívoco de acordo com a construção teológica yorubá, posto que não está em oposição a Deus, muito menos é considerado uma personificação do mal. Mesmo porque nesta religião não existem diabos ou entidades encarregadas única e exclusivamente de coisas ruins como fazem asreligiões cristãs. Estas pregam que tudo o que acontece de errado é culpa de um único ser que foi expulso; pelo contrário, na mitologia yoruba, bem como no candomblé, cada uma das entidades (Orixás) tem sua porção positiva e negativa assim como o próprio ser humano.
De caráter irascível, ele se satisfaz em provocar disputas e calamidades àquelas pessoas que estão em falta com ele.
No entanto, como tudo no universo possui de um modo geral dois lados, positivo e negativo, Exu também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser Exu considerado o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano que é de um modo geral muito mutante em suas ações e atitudes.
Conta-se na Nigéria que Exu teria sido um dos companheiros de Oduduà quando da sua chegada a Ifé e chamava-se Èsù Obasin. Mais tarde, tornou-se um dos assistentes de Orunmilá e ainda Rei de Ketu, sob o nome de Èsù Alákétú.
A palavra elegbara significa “aquele que é possuidor do poder (agbará)” e está ligado à figura de Exu.
Um dos cargos de Exu na Nigéria, mais precisamente em Oyó, é denominado Èsù Àkeró ou Àkesán, que significa "chefe de uma missão", pois este cargo tem como objetivo supervisionar as atividades do mercado do rei.
Exu praticamente não possui ewós ou quizilas. Aceita quase tudo que lhe oferecem.
Os yorubás cultuam Exu em um pedaço de pedra porosa chamada Yangi, ou fazem um montículo grotescamente modelado na forma humana com olhos, nariz e boca feita de búzios. Ou ainda representam Exu em uma estatueta enfeitada com fileiras de búzios tendo em suas mãos pequeninas cabaças onde ele, Exu, carrega diversos pós de elementais da terra usados de forma bem precisa em seus trabalhos.
Exu tem a capacidade de ser o mais sutil e astuto de todos os orixás. E quando as pessoas estão em falta com ele, simplesmente provoca mal entendidos e discussões entre elas e prepara-lhes inúmeras armadilhas. Diz um orìkì que: “Exu é capaz de carregar o óleo que comprou no mercado numa simples peneira sem que este óleo se derrame”.
E assim é Exu, o orixá que faz o erro virar acerto e o acerto virar erro.
Èsù Alákétú possui essa denominação quando Exu, por meio de uma artimanha, conseguiu ser o rei da região, tornando-se um dos reis de Ketu. Sendo que as comunidades dessa nação no Brasil o reverenciam também com este nome.
Todos os assentamentos de Exu possuem elementos ligados às suas atividades. Atividades múltiplas que o fazem estar em todos os lugares: a terra, pó, a poeira vinda dos lugares onde ele atuará. Ali estão depositados como elemento de força diante dos pedidos.

[editar]Brasil

Exu.
No Brasil, no candombléExu é um dos mais importantes Orixás e sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas, as rezas, é saudado antes de todos os Orixás, antes de qualquer cerimônia ou evento. O Exu Orixá não incorpora em ninguém para dar consultas como fazem os Exus de Umbanda, eles são assentados na entrada das casas de candomblé como guardiões, e em toda casa de candomblé tem um quarto para Exu, sempre separado dos outros Orixás, onde ficam todos os assentamentos dos exus da casa e dos filhos de santo que tenham exu assentado.
É astucioso, vaidoso, culto e dono de grande sabedoria, grande conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos daí a assimilação com o diabo pelos primeiros missionários que, assustados, dele fizeram o símbolo da maldade e do ódio. Porém " … nem completamente mau, nem completamente bom … ", na visão de Pierre Verger no texto de sua autoria "Iniciação" - contido no documentário "Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia", Exu reage favoravelmente quando tratado convenientemente, identificado no jogo domerindilogun pelo odu okaran.
Sacrifício para Exu. No candomblé do Ile Ase Ijino Ilu Orossi.
Exu recebe diversos nomes, de acordo com a função que exerce ou com suas qualidades: Elegbá ou Elegbará, Bará ou Ibará, Alaketu, Agbô, Odara, Akessan, Lalu, Ijelu (aquele que rege o nascimento e o crescimento de tudo o que existe), Ibarabo, Yangi, Baraketu (guardião das porteiras), Lonan (guardião dos caminhos), Iná (reverenciado na cerimônia do padê).
segunda-feira é o dia da semana consagrado a Exu. Suas cores são o vermelho e o preto; seu símbolo é o ogó (bastão com cabaças que representa o falo); suas contas e cores são o preto e o vermelho; as oferendas são bodes e galos, pretos de preferência, e aguardente, acompanhado de comidas feitas no azeite de dendê. Aconselha-se nunca lhe oferecer certo tipo de azeite, o Adí, por ser extraído do caroço e não da polpa do dendê e portar a violência e acólera. Sua saudação é "Larôye!" que significa o bem falante e comunicador.
Consiste o padê em um prato de farofa amarela, acaçá, azeite-de-dendê e uma quartinha de água ou cachaça, que são “arriados” paraExu.
Na nação de angola ou candomblé de Angola Exu recebe o nome de AluvaiáPambu Njila, e Legbá, no Candomblé Jeje.
Não deve ser confundido com a entidade Exu de Umbanda. Os exus de umbanda sao entidades de pessoas desencarnadas que, por motivos de evoluçao espiritual, retornaram à terra para cumprir essa missão junto ao seus seguidores. Essas entidades são confundidas com esu ou exu do Candomblé devido à proximidade que Exu tem com os homens. Entretanto, não são considerados orixás como o Exu, e sim quiumbas - conhecedores das vontades de homens e mulheres no plano terrestre, tendo vivido em épocas diferentes, porém com os mesmos problemas, desejos e sonhos.

[editar]Arquétipos

Seus filhos são sensuais, dominadores e inteligentes. Gostam da vida cercada de barulho, muitas pessoas e romances de todo tipo. Adoram festas e não se prendem a ninguém, são muito impulsivos. Mas se amam alguém, dão sua vida se for preciso, sem pensar em nada. Gostam de ajudar e trabalhar, mas podem se tornar vingativos e extremamente crueis.

[editar]Algumas Considerações

[1] - "Sobre o Òrìṣà Èṣù, além de suas atribuições mais conhecidas, embrenhamo-nos em uma de suas mais complexas e poderosas qualidades – como O Guardião do Àṣẹ – que recebendo a réplica desta força neutra de Olódùmarè (Fálàdé, 1998, p. 494)[2], coloca-a à disposição de todos, seja para os homens ou para os Òrìṣà, confirmando que Èṣù de mal e/ou mau nada têm mas, ao contrário, apenas age com justiça.
Suas ações para com os seres humanos são altamente benéficas, auxiliadoras e produtivas para aqueles que fazem uso adequado de seu livre-arbítrio e que, com retidão, se portam de maneira condigna para com os princípios e padrões morais e religiosos, seja em relação a si mesmo, seja em relação ao meio ambiente em que vive.
Recordando uma frase citada: “(...) Isto acontece por que algumas pessoas erroneamente possuem a convicção que Eṣu é o Opositor Satanás” (Fálàdé, 1998, p. 493)[3] e que, além disso, o que faz com que os sacerdotes sejam bons ou maus não é o simples fato de administrar o àṣẹ, e sim a forma que deliberadamente usam este àṣẹ, podemos dizer que isto é uma questão humana de caráter, e nada tem haver com o poder divino do Àṣẹ. O que podemos dizer de Èṣù, que recebeu e administra a cópia do próprio Àṣẹ de OlódùmarèÈṣù é igualmente neutro como o próprio Àṣẹ, por isso é o guardião do Àṣẹ.
Como Òdàrà, ele recebe, como Ẹlégbára, faz acontecer, e como Òjíṣé. conduz o retorno. Tudo isso é "Èṣù – Olódùmarè assim determinou." (Abimbola, 1975, p. 3)[4] Será que ele é tão terrível e mau quanto querem dele fazer? Como ele pode ser tão temível se é tão neutro como o Àṣẹ? Quando narramos o Odù Iwori-Ofun (Bascom, 1969, pp. 310-311)[5], vimos que simplesmente Èṣù cumpriu seus desígnios de forma imparcial.
As explanações aqui realizada efetivamente enalteceram Èṣù, porém, cabe tecer algumas considerações sobre a absurda questão, mesmo por sincretismo, de que o Òrìṣà Èṣù seja o diabo das religiões cristãs e/ou o mal absoluto tratado pelas religiões ocidentais, que diferem totalmente dos conceitos da religião dos Òrìṣà (Òrìṣàismo) (Barretti Fº, 2010)[6], praticada na chamada Yorubaland e nas descendentes da diáspora.
Que fique registrado que a religião dos Òrìṣà, praticada em qualquer parte do mundo independentemente do nome regional adotado, não reconhece a Bíblia, seja do velho ou do novo testamento, como um de seus pertences sagrados, nem tampouco o Alcorão e a Torá. Para eles, os Òrìṣàistas, trata-se simplesmente de livros religiosos, como tantos outros. Mesmo sendo a religião dos Òrìṣàoriunda da tradição oral, portanto ágrafa, apesar de já deter muitos escritos, o único “livro ou fala sagrada” que reconhece em todos os seus ditames é o corpo “literário” do oráculo de Ifá, os Odù Ifá, cujo governo pertence à divindade Òrúnmìlà, portador de imensa sabedoria e conhecido como “Ibìkejì Olódùmarè – a segunda pessoa de Olódùmarè”.
Conceitos religiosos europeus não faziam parte das tradições yorùbá antes das colonizações, nem de suas descendentes na diáspora, tampouco antes dos senhores de escravos imporem aos africanos o catolicismo.
As formas deturpadas, aculturadas e sincréticas que impuseram e continuam impor à religião, nos dias de hoje, foram e ainda o são, os maus frutos decorrentes do processo da escravatura nas Américas e das colonizações europeias impostas a povos africanos. (Conferir em: "Os Clérigos Nativos Yorùbá.")
Outros conceitos como o de alma cristã, concepções de céu, inferno e purgatório, encontraram terreno fértil para se propagar no já contaminado caminhar das tradições yorùbá e de suas descendentes, por missionários, agentes governamentais e autores pertencentes a outras culturas e/ou crenças que registraram as tradições, costumes e religião dos yorùbá, escritos e interpretados pela ótica do colonizador e/ou opressor. E o pior, muito desses escritos (que até hoje continuam) criaram falsas tradições, que se tornaram “verdades literárias inquestionáveis” e vitimam a religião yorùbá até hoje. (Conferir em: Dos Yorùbá ao Candomblé Kétu – Os Autores)
Um fato muito importante e que deveria ser totalmente condenável é que sempre que se “estuda” ou se “pesquisa” no campo das religiões comparadas, os parâmetros e os referenciais são sempre os do cristianismo, islamismo e outras. Para a religião tradicional dos yorùbá; a recíproca, infelizmente nunca é verdadeira, pois se o referencial fosse a africana, com certeza teríamos inúmeras e novas variáveis a serem avaliadas, para o bem da religião tradicional yorùbá e das afrodescendentes." (Barretti Fº, 2010, pp. 132-133) [7]

[editar]Tipo de Exus

[editar]Cuba

Assentamento de Elegguá.
Em Cuba é chamado de Elegua ou Elegguá ou Eleggua.
É uma das deidades da religião yorùbá. Na Santeria é sincretizado com o Santo Niño de Atocha ou comSanto Antônio de Pádua. É o porteiro de todos os caminhos, da montanha e da savana, é o primeiro dos quatro guerreiros junto a OggunOsun e Oshosi.
Tem 201 caminhos e suas cores são o vermelho e o preto e seus números são 3 e 7. É o comunicador e Ifálhe deu quatro búzios para falar com ele. Ele está presente no inicio da vida, e na hora da morte.

[editar]Haiti

Veve de Papa Legba.
No Vodou haitiano é chamado de Papa Legba e Legbá Petró, Maitre Carrefour (dono da encruzilhada).
É o intermediário entre o loa e à humanidade. Ele está em uma encruzilhada espiritual e dá (ou nega) permissão para falar com os espíritos de Guinee, e acredita-se que fale todos os idiomas humanos. Ele é sempre o primeiro e o último espírito invocado em qualquer cerimônia.
Na República Dominicana é cultuado como Vodun Legba, e em Trinidad e Tobago como Eshu.[8]